Em 1ª pessoa

Aqui poderás ficar a par de relatos de histórias verídicas de mulheres mal - tratadas, vítimas de algum crime.

Hannah Koroma, Serra Leoa - vítima de mutilação genital feminina

“Sofri mutilação genital feminina aos dez anos. A minha defunta avó disse-me então que me iam levar perto do rio para executar uma espécie de cerimónia, e que depois me dariam muita comida. Como criança inocente que era, lá fui como uma ovelha para a matança.

Mal entrei no arbusto secreto, levaram-me para um quarto muito escuro e tiraram-me as roupas. Vendaram-me os olhos e despiram-me completamente. Depois, duas mulheres fortes levaram-me  para o local onde seria a operação. Quatro mulheres com força obrigaram-me a deitar-me de costas, duas apertando-me uma perna cada uma. Outra mulher sentou-se sobre o meu peito para eu não mexer a parte de cima do meu corpo. Um bocado de tecido foi-me posto dentro da boca para eu não gritar. Depois raparam-me os pelos.

Quando começou a operação debati-me imenso. A dor era terrível e insuportável. Enquanto me debatia cortaram-me e perdi sangue. Todos os que fizeram parte da operação
estavam meios bêbados. Outros estavam a dançar e a cantar, e ainda pior, estavam nus.
Fui mutilada com um canivete rombo.
Depois da operação, ninguém me podia ajudar a andar. O que me puseram na ferida cheirava mal e doía. Estes foram momentos terríveis para mim. Cada vez que queria urinar, era forçada a estar em pé. A urina espalhava-se pela ferida e causava de novo a dor inicial. Às vezes tinha de me forçar a não urinar, com medo da dor terrível. Não me anestesiaram durante a operação, nem me deram antibióticos contra infecções. Depois, tive uma hemorragia e fiquei anémica. A culpa foi atribuída à feitiçaria. Sofri durante muito tempo de infecções vaginais agudas.”

Bibi Aisha - vítima de maus-tratos
Um dos casos mais conhecidos e horríveis que o Mundo presenciou foi o de Bibi Aisha. A jovem afegã de 18 anos, maltratada pelo marido, fugiu de casa, refugiando-se junto da família.O marido descobriu - a, cortou - lhe o nariz e as orelhas e Bibi Aisha voltou a fugir, desta vez para contar a sua história. 
A jovem foi ajudada por uma organização de apoio a mulheres vítimas de violência e enviada para os E.U.A., onde mais tarde foi operada recuperando o nariz.
A repórter sul - africana Jodi Beiber que fotografou a jovem sem nariz, venceu a edição deste ano do World Press Photo.

No vídeo a baixo podem ver como a jovem tinha a cara e agora como tem o nariz depois da operação.




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